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Poço de Caldas
Poço de Caldas

 

A história de Poços de Caldas começou a ser escrita a partir da descoberta de suas primeiras fontes e nascentes, no século XVII. As águas raras e com poderes de cura foram responsáveis pela prosperidade da cidade desde os seus primórdios, quando as terras começaram a ser ocupadas por ex-garimpeiros, desiludidos com o declínio da atividade aurífera na região das minas. Elas passaram a se dedicar sobretudo à criação de gado, sendo obrigados a percorrer longas distâncias em busca de pasto para os animais.

 

Mas a região onde hoje se situa Poços de Caldas já tinha dono. Pertencia, desde 1818, ao capitão José Bernardes Junqueira. Por isso, quando o Senador Joaquim Floriano Godoy declarou de utilidade pública os terrenos junto aos poços de água sulfurosa, determinou também a desapropriação do local. Um expediente que acabou se mostrando desnecessário, porque o próprio capitão se encarregou de doar 96 hectares de suas terras para a fundação da cidade. O ato foi assinado no dia 6 de novembro de 1872, data em que se comemora o aniversário de Poços de Caldas.

 

Desde 1886, funcionava na cidade uma casa de banho, utilizada para tratamento de doenças cutâneas. Ela se servia da água sulfurosa e termal da Fonte dos Macacos. Em 1889 foi fundado, por Pedro Sanches, outro estabelecimento para o mesmo fim, captando água da Fonte Pedro Botelho, no local onde está o parque infantil Darcy Vargas. Ali, a água sulfurosa subia até os depósitos por pressão natural. O balneário não existe mais. Em seu lugar foram construídas, no final dos anos 20, as Thermas Antônio Carlos, um dos mais belos prédios da cidade.

                                                                                                    

Poços recebeu seu primeiro visitante ilustre, o Imperador Dom Pedro II, em outubro de 1886. ele esteve na "freguesia", acompanhado da imperatriz dona Tereza Cristina, para a inauguração do Ramal da Estrada de Ferro Mogiana. Três anos depois, em 1889, a cidade foi desmembrada do distrito de Caldas e elevada à categoria de vila e município. Seu nome tem relação com a história da família real portuguesa. Na época em que foram descobertos os poços de água sulfurosa e térmica, a cidade de Caldas da Rainha, em Portugal, já era uma importante terma utilizada para tratamentos e muito freqüentada pela família real. Caldas possui o mais antigo hospital termal em funcionamento no mundo, desde o século XVI. Como as fontes eram poços utilizados por animais, veio o nome Poços de Caldas.

 

A prosperidade e o luxo tiveram seu grande momento em Poços de Caldas enquanto o jogo esteve liberado no Brasil. Pelos salões do Palace Casino e do Palace Hotel desfilava a nata da aristocracia brasileira e até de outros países. O presidente Getúlio Vargas tinha uma suíte especial no hotel, com a mesma decoração da que ele usava no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, então capital do país. O quarto ainda hoje preserva os móveis e o estilo da época. Mas uma das maiores atrações do hotel continua sendo sua piscina térmica, construída num suntuoso salão sustentado por colunas de mármore de carrara.

                                              

Dentre os artistas que passaram pelo Palace Casino naquela época áurea incluem-se Silvio Caldas, Carmem Miranda, Orlando Silva e Carlos Galhardo. Estiveram também em Poços de Caldas personagens ilustres como Rui Barbosa, Santos Dumont, o poeta Olavo Bilac e o romancista João do Rio. Entre os políticos, o interventor de Minas Gerais durante o Estado Novo, Benedito Valadares, e o presidente Juscelino Kubitschek, entre outros, foram também presenças constantes.

 

A proibição do jogo, em 1946, e a descoberta do antibiótico tiveram forte impacto para o turismo na cidade. O termalismo deixou de ser a maneira mais eficaz de tratar as doenças para as quais era indicado. E os cassinos foram fechados. A economia de Poços sofreu um grande abalo, mas logo encontrou uma alternativa ao entrar no "ciclo da lua-de-mel", quando tornou-se elegante passar as núpcias na cidade e o turismo conseguiu fôlego para sobreviver. Depois deste período, o perfil do turista que visita Poços mudou. A classe média e grandes grupos passaram a freqüentar as termas, a visitar as fontes e outros pontos de atração da cidade, antes restritos à elite.

 

Agora, a cidade está investindo novamente para aumentar o fluxo turístico, explorando outros belos atrativos de que dispõe, para pessoas de todas as idades e gostos, como o turismo ecológico, cultural, de aventura e esportes radicais.

 

Como chegar:

Poços de Caldas situa-se na região Sudoeste do Estado de Minas Gerais e pertence à região administrativa do Alto do Rio Pardo, tendo como limites ao norte Bandeira do Sul e Botelhos; ao sul, Andradas; ao leste, Caldas e ao oeste Águas da Prata, localizada no Estado de São Paulo.

Sua área física encontra-se em grande parte sobre um planalto composto por montanhas, campos e vales com área de aproximadamente 750Km2, dos quais a cidade ocupa 546Km2. Sua altitude média é de 1.200m, sendo que o Cristo Redentor, localizado no alto da Serra de São Domingos, está a 1.686m.

O município apresenta dois tipos básicos de vegetação natural: campo (constituído por gramíneas rústicas e arbustos baixos) e floresta tropical (pouco densa).

Poços de Caldas ocupa posição geográfica altamente estratégica, em função da proximidade com São Paulo (243Km), Belo Horizonte (460Km) e Rio de Janeiro (470Km), cujas ligações se processam por rodovias asfaltadas e por estar integrada as rotas das estâncias hidrominerais paulistas de Serra Negra, Águas de Lindóia, Socorro, Monte Alegre do Sul e Águas da Prata, e também com as estâncias mineiras de Caldas (Pocinhos do Rio Verde), Cambuquira, Lambari, Caxambu e São Lourenço.

Além desses fatores, Poços de Caldas possui proximidade com as regiões mais desenvolvidas do interior do Estado de São Paulo, como Ribeirão Preto (240Km), Campinas (160Km) e São José dos Campos (315Km).